Brasil Avança com o Mercado de Carbono: Desafios e Oportunidades para a Economia Sustentável
Nova Lei Impulsiona Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões e Promete Maior Segurança Jurídica
Com a sanção da Lei 15.042 em dezembro de 2024, o Brasil deu um passo significativo ao estabelecer o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), também conhecido como mercado regulado de carbono. Este marco coloca o país entre as nações que adotam instrumentos diretos de precificação de carbono, seguindo uma tendência global de 75 países que já implementaram mecanismos semelhantes, seja por meio de tributos ou mercados regulados, abrangendo cerca de 24% das emissões globais, conforme dados do Banco Mundial.
Estruturação e Impactos da Nova Legislação
A nova legislação não apenas define as bases do mercado regulado de carbono, mas também incorpora elementos inovadores, como a interoperabilidade com o mercado voluntário, a exportação de créditos e a conexão com mecanismos do Acordo de Paris. Este ambiente regulatório é fundamental para atrair investimentos destinados a projetos de descarbonização e para auxiliar o Brasil na meta ambiciosa de reduzir em até 67% suas emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2035, em comparação com os níveis de 2005.
Para as empresas, as obrigações de redução e compensação de emissões serão gradativas, permitindo um período de adaptação. As premissas que guiarão a implementação do sistema serão cruciais para garantir que ele se torne uma ferramenta eficaz no alcance das metas climáticas apresentadas durante a COP29.
Desafios e Oportunidades no Caminho da Descarbonização
A regulamentação do mercado de carbono traz consigo uma série de desafios, como a definição clara dos agentes regulados, benchmarks setoriais, e metodologias de monitoramento e relato das emissões. As experiências internacionais oferecem insights valiosos, mas a adaptação às especificidades locais será essencial para o sucesso do SBCE.
Além disso, é vital que as permissões sejam baseadas em metas verificáveis para evitar fraudes e garantir a eficácia do sistema. O impacto econômico também deve ser cuidadosamente avaliado, com a criação de mecanismos de transição para setores vulneráveis e regras claras para novos entrantes.
A implementação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE) oferece um novo horizonte para o mercado empresarial, especialmente na compra e venda de créditos de carbono. Este ambiente emergente não só proporciona um mecanismo para as empresas cumprirem suas metas de redução de emissões, mas também abre portas para um mercado dinâmico de créditos de carbono, onde as empresas podem negociar créditos excedentes e adquirir aqueles necessários para atingir suas metas climáticas.
Para maximizar o potencial deste mercado, e suas oportunidades que dele decorrerem, a credibilidade é essencial, compelindo às empresas a adotarem uma abordagem estratégica, investindo em tecnologias de monitoramento e relatórios precisos, além de se envolverem ativamente em iniciativas de colaboração setorial. Ao explorar parcerias e integrar-se a políticas globais e locais, o Brasil não só poderá cumprir suas ambiciosas metas de redução de emissões, mas também se posicionar como um líder na economia de baixo carbono, criando novas oportunidades de negócios e promovendo um desenvolvimento econômico sustentável.
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